Neste post, vamos relatar os achados e as construções dos participantes dos encontros da Jornada PQPS! no quinto encontro, o VSF5. Se você não acompanhou os outros posts, pode ler os relatos no nosso blog.
No 5º encontro, a gente abordou a cultura do método ágil para apoiar na reflexão sobre a iteração/conexão entre as etapas de planejamento e implementação. A grande provocação aqui era pensar sobre os planejamentos que não dão certo e, assim, como trabalhar no dia a dia olhando, respeitando e corrigindo o erro?
(Métodos) Ferramentas tradicionais e as (Método) ferramentas ágeis em gestão de projetos socioambientais
O método ágil tem entrado com cada vez mais força nas conversas sobre gestão de projetos e organizações. Dentro do terceiro setor a conversa é nova com esse nome, mas se formos olhar as entrelinhas do Project DPro, ele sempre esteve lá.
O ponto principal na diferença entre as ferramentas tradicionais e as ferramentas ágeis é que as tradicionais guiam o gestor de uma forma mais conservadora sobre o que ele planejou e o que ele executa.
No método tradicional, a orientação é acreditar que o planejado levará ao sucesso e ao final (ou perto dele) se perceberá o sucesso do projeto.
No método ágil, suas ferramentas e processos, ao contrário, asseguram uma cultura e as práticas que constantemente guiam a equipe a se questionar se o que foi planejado e está sendo executado agregam valor ao projeto e aos beneficiários. Com isso, existe uma permissão de revisão e correção de rota constantes.
O erro durante o processo é aceito como um ganho, uma chance de alerta sobre o quanto se chegará perto do que era esperado como produto final.
Perguntas para entender a gestão ágil em gestão de projetos socioambientais
Quando a gente pensa sobre o que é gestão ágil de projetos, as duas perguntas pelas quais sugerimos começar a se fazer são:
1. O que é Ágil para você?
2. Como você lida com o inesperado?
Essas perguntas foram feitas aos participantes para que refletissem sobre os comportamentos que estão por trás do estímulo à cultura ágil. O ágil não é sinônimo de rapidez na entrega. Ele é sinônimo de jogo de cintura, de capacidade de revisão e questionamento constante sobre o que se espera gerar de valor. Essa revisão e questionamento fazem com que a gente encontre situações que não estávamos esperando, o inesperado. Como lidamos com isso? Como lidamos com escolhas equivocadas? Nossa sociedade não aceita o erro como um processo de aprendizado e correção de rota. Somos estimulados a ter vergonha, a esconder a diminuir e não olhar para ele em profundidade.
Encarar o erro de frente, provocando as decisões que fizemos no planejamento constantemente para encontrar um possível erro é a forma mais eficaz para ser ágil, entregar valor e atender às necessidades de quem será beneficiado pelo projeto.
Casos para ilustrar o uso de ferramentas ágeis em gestão de projetos socioambientais
Para ilustrar o uso da gestão ágil de projetos, os dois casos escolhidos foram com o Ricardo Lauricella da Flexmedical e com o João Vitor Bogas da HandTalk, que levantaram temas ligados ao que estão vivenciando dentro de processos de gestão ágil.
Na Flexmedical, motivado pela pandemia, Ricardo trouxe o questionamento sobre a capacidade de inovar em cima de uma metodologia tão específica que é o desenvolvimento de unidades móveis de saúde.
Já para a Hand Talk, João levantou a pergunta sobre como diferenciar o comportamento afobado para que as entregas de fato sejam ágeis para o desenvolvimento de um produto de base tecnológica.
O que se discutiu no encontro sobre o uso de ferramentas ágeis em projetos de impacto socioambientais
Como estímulo do tema, os participantes levantaram algumas reflexões importantes para trabalhar com a revisão de caminhos ao longo da implementação do projeto. Ter dados atualizados e eliminar hierarquia e burocracia foram algumas delas. Vale ressaltar que autonomia é também um dos pilares do ágil.
Com isso, a discussão caminhou para a construção coletiva, feedback (como oportunidade de crescimento) e trocas. Trazendo a capacidade de criação e crescimento para dentro da equipe do projeto.
Considerações finais sobre o VSF5, sobre o uso do Método ágil para a gestão de projetos
O ágil é muito mais uma cultura de interação do que ferramentas a serem aplicadas para conduzir uma equipe.
Antes de aplicar guias e manuais reflita sobre como é aceito o erro, como a sua equipe colabora, adapta e inova. Criar um ambiente saudável com estas permissões é que geram o campo fértil para que se agregue valor e desenvolvimento, que ao final, é o que de fato queremos.
E você, tem alguma experiência com o uso do método ágil na gestão de projetos? Conta pra gente! Para conferir todos os materiais utilizados em nossos encontros Vamos Ser Francos basta acessar gratuitamente a Biblioteca da PQPS! no site da Aupa, disponível neste link.