Neste post, vamos relatar os achados e as construções dos participantes dos encontros da Jornada PQPS! no sexto encontro, o VSF6. Se você não acompanhou os outros posts, pode ler os relatos aqui.
No Vamos Ser Francos 6, o sexto encontro da Jornada PQPS!, falamos sobre a etapa de Implementação dos Projetos, seguindo a lógica do Ciclo de Vida de Projetos de Impacto Socioambientais, apresentado pela metodologia Project DPro.
A fase de implementação de projetos socioambientais
A fase de implementação dos projetos é o momento que o gerente precisa garantir que todos os planos feitos até aqui sejam implementados. O gerente de projetos, nessa fase, precisa garantir a entrega do escopo, dentro do cronograma, utilizando os recursos definidos e lidando com os riscos, as mudanças e os problemas que acontecem ao longo da implementação.
Em meio a tudo isso, um fator muito importante nessa fase é o gerenciamento de pessoas. E é por isso que no VSF 6, abordamos principalmente duas questões:
- Como lidar com as pessoas durante a implementação?
- Como lidar com os conflitos?
Perguntas para entender a implementação de projetos socioambientais
Iniciamos a discussão do VSF perguntando aos participantes:
1. Qual foi a situação mais desafiadora que você já viveu relacionada à gestão de pessoas durante a fase de implementação de um projeto?
2. O que você já fez que ajudou a lidar com equipes durante a implementação de projetos?
Assim, cada participante compartilhou um pouco da sua experiência e percebemos que todos enfrentam desafios relacionados à gestão de pessoas.
Casos para ilustrar as questões relacionadas à implementação de projetos socioambientais
Para discutir essas questões, realizamos entrevistas com Samille Silva da ABRA Arquitetura e do Ivan Vasconcelos do ICMBio. Nossos entrevistados trouxeram as seguintes questões para abordarmos como ponto de partida no VSF:
- Quando centralizar decisões e quando tomar decisões compartilhadas? – foi a pergunta da Samille
- Como apoiar sem desrespeitar a comunidade (sem tirar o protagonismo e autonomia delas) – foi a pergunta do Ivan
O que se discutiu no encontro sobre a gestão de pessoas durante a fase de a implementação de projetos socioambientais
Como a Cultura Organizacional influencia na implementação de projetos socioambientais
Iniciamos nossa conversa falando sobre Cultura Organizacional, utilizando o conceito de Schein, que a descreve como:
“Padrão de pressupostos básicos que um determinado grupo criou, descobriu ou desenvolveu lidando com seus problemas de adaptação externa e integração interna, que funcionaram bem o suficiente para serem considerados válidos e, por isso, serem ensinados aos demais integrantes do grupo como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação aos problemas.”
Para o autor, a cultura organizacional tem 3 níveis:
- Artefatos – expressão material dos valores culturais (visível, está na superfície)
- Valores e Normas de Comportamento – regras que não necessariamente estão escritas, mas estão claras para os membros da organização
- Pressupostos e Crenças – tidos como verdadeiros e não questionados
Como os tipos de poder influenciam na implementação de projetos socioambientais
Conversamos também sobre os tipos de poder que as pessoas podem exercer dentro de um projeto:
- Poder legitimado – relacionado à hierarquia e posição de autoridade
- Poder de coerção/recompensa – relacionado ao poder que alguém tem de recompensar ou punir outras pessoas
- Poder de referência – poder exercido por pessoas que estão em “lugares estratégicos” da organização/projeto
- Poder de especialista – exercido pelas pessoas que tem informações, são especialistas em determinados assuntos
Como refletir sobre Liderança situacional para implementar projetos socioambientais
Discutimos, ainda, o conceito de Liderança Situacional, de Hersey e Blanchard, que sugere que o líder pode exercer liderança utilizando diferentes comportamentos dependendo da situação que a equipe se encontra.
Os autores definem 4 fases das equipes:
- Fase 1: quando há baixa competência para a realização da tarefa e pouca autoconfiança.
- Fase 2: quando há alguma experiência na execução da tarefa e as pessoas estão relativamente motivadas.
- Fase 3: quando possuem conhecimentos sobre a tarefa mas sentem-se desmotivados.
- Fase 4: quando há vasto conhecimento sobre as tarefas e estão altamente motivados.
É claro que cada equipe se comporta de uma maneira e as fases não necessariamente seguem uma sequência exata. Além disso, alguns membros da equipe podem estar em fases diferentes.
Como refletir sobre as Fases de Grupo de Schutz para implementar projetos socioambientais
Por último, abordamos as Fases de Grupo de Schutz, e as necessidades que os indivíduos têm em cada fase.
As fases que o autor afirma que todos os grupos passam são as seguintes:
- Inclusão – sentir-se aceito, integrado e valorizado pelo grupo
- Controle – faz referência ao poder, influência, autoridade; também a definição de responsabilidades de cada membro do grupo
- Afeto – proximidades pessoais e emocionais entre as pessoas – indivíduos querem obter provas de serem totalmente valorizados, querem ser insubstituíveis e respeitados por suas competências
Essas fases estão presentes em todos os grupos, não somente equipes de trabalho e lidar com elas é parte da gestão da implementação de um projeto.
Considerações finais sobre o VSF6, sobre a implementação de projetos de impacto socioambiental
Enquanto discutíamos todos esses conceitos, os participantes do VSF refletiram sobre a situação de seu projeto e sua equipe e, ao final, tivemos um momento de interação onde os participantes puderam compartilhar seus insights a respeito das discussões. Alguns dos aprendizados compartilhados:
- É preciso ter um baralho completo na manga para ter clareza de cada situação e os estímulos necessários.
- Precisamos ter flexibilidade e saber lidar com empatia com as pessoas nas mais diversas formas de comportamento
- O quanto refletir sobre a relação com os membros da equipe impacta na cultura empresarial como um todo e na própria identidade da iniciativa;
- Conhecer a si mesmo, conhecer a fase da equipe e então agir de acordo
- A importância de treinar e apoiar para conseguir delegar
Esperamos que o aprendizado do grupo durante o encontro VSF 6 ajude você também no gerenciamento da sua equipe!
Para ler os materiais que embasaram as conversas dos encontros Vamos Ser Francos, você pode acessar a curadoria da deste encontro da Jornada PQPS! gratuitamente na Aupa neste link.