Falar sobre avaliação de impacto é tarefa menos fácil do que parece. Apenas definir o que é avaliação e definir o que é impacto já são assuntos complicados. Discernir o que é impacto social do que é impacto ambiental mais ainda.

Se a tarefa de falar e definir já não é simples, que dirá fazer avaliação de impacto!?

A gente vê por aí organizações e pessoas vendendo avaliação de impacto como se fosse um produto de prateleira. Falam sobre avaliação de impacto de maneira padronizado e replicável em vários projetos. Acreditamos que esta pode ser uma solução útil para alguns projetos, especialmente para os projetos com menor complexidade.

No entanto, aqui na Tekoha, a gente se pergunta: qual projeto que pretende ter impacto positivo social ou ambiental tem baixa complexidade?

No contexto dos programas e projetos de impacto social, o que chamamos de impacto é o conjunto de mudanças que aconteceram devido uma determinada ação.

Para sermos mais concretos, usaremos um exemplo hipotético.

Um projeto no qual uma das atividades é realizar uma série de capacitações. Comumente se mede presença ou o absenteísmo nas aulas e tenta-se diagnosticar a causa. Esta ação não pode ser entendida como uma avaliação de impacto do projeto. Para a gente, este é apenas um monitoramento. Necessário, sem dúvida, mas é uma atividade  que indica, ou seja, é um indicador de que uma das ações do projeto está, ou não acontecendo como esperada.

Há uma distância muito grande entre estar presentes em uma capacitação e, por causa da presença, acontecer um conjunto de mudanças na vida.

Pense consigo mesmo: quantas aulas você já assistiu e que não transformaram em nada a sua vida? Ou ainda mais: a quantos cursos você já foi e lá, o facilitador te disse algo que, ao invés de você aproveitar o curso, você passou o resto do tempo só passando raiva?

Isso só nos demonstra que impacto é algo muito complexo. E ainda, que ele pode ser feito de maneira intencional, não intencional, positiva ou negativa, direta ou indiretamente. Ou: todas estas opções combinadas.

É necessário que se estabeleça uma relação de causa e efeito entre uma dada intervenção e seus resultados. Só assim é possível tentar medir seus impactos. Isso se chama ‘inferência causal’, ou ‘laços de causalidade’. Uma relação amplamente estudada e, de certa forma, até simples de entender.

O que é difícil é isolar a intervenção para que se identifique, com algum grau de certeza, que ela foi a a única causa daquele impacto. E não uma das muitas causas.

Uma avaliação de impacto bem feita e aprofundada deve considerar o contexto onde o projeto está inserido e também deve entender a complexidade deste contexto.

Siga aprofundando sobre avaliação de impacto neste outro post do nosso blog →