No campo de impacto socioambiental, é muito comum escutar que as organizações estão fazendo um piloto. Muitas vezes, essas organizações conseguem até angariar recursos, por meio de projetos, para desenvolver aquilo que chamam de projeto piloto. que nada mais é do que um teste inicial para ver se um determinado modelo de trabalho funciona.
Analogamente ao linguajar de gestão de produtos, isso seria justamente o MVP de uma solução a um problema de impacto socioambiental.
O que é um MVP
O Minimum Viable Product, ou MVP, é a menor oferta possível de produto que as organizações podem fazer para criar e validar propostas ou monetizar junto ao público. Logo, o controlezinho remoto de isopor, do post sobre protótipos, não pode ser chamado de MVP. Seria impossível vender um controle remoto feito de isopor sem testar se sua usabilidade final, motivo pelo qual as pessoas comprariam um controle, é válida.
Um MVP, portanto, é aquela versão de um produto que tem menor custo e no qual foi despedido menor esforço, mas ainda assim, é vendável e entrega algo aos clientes e possíveis usuários.
Sobre o que não fazer em um MVP
Um MVP tem que ser funcional. Não é porque ele é uma parte do produto, que não deve representar o produto. O caso do cupcake é ótimo para explicar exatamente o que não é um MVP. Se a gente tentasse vender só os confeitos que vão em cima do cupcake, essa seria uma parte do bolo, não é? Mas aí, não adiantaria. Não seria um bolo – nem o bolo final, nem a versão miniatura dele.
Um produto finalizado deve ser:
- funcional
- confiável
- ter usabilidade
- oferecer uma boa experiência
Logo, sendo o MVP um produto incompleto, ele deve ter ao menos uma parte de cada um destes atributos, conforme a figura ao lado:
E não apresentar apenas uma parte destas características, conforme mostra essa ilustração.
Exemplo de MVP de produto ESG
Com a lógica de protótipos e MVPs, a Climate Ventures desenvolveu soluções para a comercialização de produtos amazônicos. No podcast do PQP Talks, conversamos com a Floriana, responsável pelo projeto Lab Amazônia dentro da plataforma, que mostrou como eles desenvolveram soluções inovadoras para ajudar a estruturar a cadeia de serviços, que possibilita que os produtos que usam ativos da floresta e que tem compromissos com floresta em pé, acessem o mercado do grande centro consumidor, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Os protótipos criados pela Climate Ventures responderam a gargalos estruturais que o laboratório identificou, em conjunto com vários líderes de organizações que buscavam meios de inovar, como levar essas cargas da Amazônia para São Paulo, como consolidar estoques em armazenagem conjunta e como estruturar estratégias comerciais para esse nicho.
Foram criados, então, cinco protótipos: o Sociobiology, voltado a soluções logísticas; o CDzão, armazém compartilhado em São Paulo; a plataforma Biobá, que fazia a conexão de produção com iniciativas de comercialização; o Marca Amazônia, conceito de marca e ideia de place branding que busca ser um espaço guarda-chuva para impulsionar novos vetores de desenvolvimento na Amazônia; e por fim o Sinapse Bio, programa de incentivo a empreendedores amazônicos em fase de ideação.
Este laboratório de inovação tem início, meio e fim. Ele inicia com a definição do desafio, com a curadoria dos atores estratégicos, o mapeamento conjunto de gargalos e oportunidades, com a jornada de aprendizagem e a prototipagem das soluções.
Após a etapa de prototipagem, foi dado início a etapa de implementação dos protótipos, que mais um ano e resultou na incubação de três protótipos, os quais receberam capital semente para se desenvolverem. mais e nós encubamos estes três protótipos, captamos recursos de um capital semente para eles.