A Tekoha é
Aqui na Rede Tekoha nós acreditamos que cada indivíduo reflete no seu trabalho a pessoa que é, dando peso ao trabalho desenvolvido em equipe. Assim, cada projeto idealizado ou consolidado que passa pelas nossas mãos carrega também uma parte de quem somos como pessoa, da nossa bagagem cultural e do que almejamos para o mundo. Por isso, queremos apresentar um pouquinho de cada membro da nossa equipe atual e de sua aproximação com a área social.
Andressa Trivelli
“Sou paulista e paulistana nascida, crescida e criada. Bem bichinho da cidade mesmo. Filha única de mãe superprotetora e pai que dizia que ter só uma filha foi escolha consciente para poder me dar tudo que eles não tiveram.
Nunca houve dúvida de que eu faria faculdade: e lá fui eu, linda e bela, rumo à carreira brilhante de administradora de empresas – uma executiva em potencial. Tudo estaria certo se não fosse o fato de que eu não via sentido nas experiências profissionais corporativas pelas quais eu passava. Não só isso, mas olhares de estranheza me eram dirigidos já que meu projeto de iniciação científica foi desenvolvido no departamento de teologia e meus interesses extracurriculares não eram semelhantes aos colegas de sala. Cheguei até mesmo questionar minha vocação como administradora de empresas.
A certa altura, quase no final da faculdade, a experiência de trabalho mais interessante pela qual eu tinha passado fora secretária escolar em uma unidade de educação de jovens e adultos na escola onde cursei o ensino médio. Iniciativa que eu e um grupo de colegas e alunos fundamos e que a escola abraçou, transformando-a em uma unidade da instituição – até hoje, em funcionamento.
Onde estava a grande carreira de “executiva de sucesso” que eu teria?
Em 2006, eu trabalhava em um banco “importante”, em uma área que era a menina dos olhos de muitos, “cobiçada” internamente, por ser a área estratégica e não operacional. E então eu pedi de demissão.
Em seguida, a urbanóide filhinha de papai e mamãe se aventurou em uma viagem de 10 dias pela Amazônia ribeirinha paraense: embarcada, dormindo em rede, tomando xarope de guaraná, suco de taperebá, comendo tapioca e peixe de rio, ouvindo brega e conhecendo comunidades das margens do rio Arapiuns. Conheci presencialmente o trabalho da organização Saúde e Alegria – que até então só conhecia pela bibliografia.
Durante essa viagem – estou aberta para ser julgada pela informação que darei agora – descobri que ainda existiam crianças no Brasil (e no mundo) que morriam de diarreia. E não eram poucas. À época, o Saúde e Alegria atuava na região há apenas 16 anos e, nas comunidades onde atuava, erradicara a mortalidade infantil por diarreia.
O processamento desta informação foi como um momento mágico para mim. Foi uma certeza e uma “prova” de que o terceiro setor e os movimento de sociedade civil podem ser efetivos nas suas ações. Foi uma “prova” de que problemas simples como “evitar que crianças morram de diarreia” podem ser resolvidos, sim, e que há muito o que pode ser feito para além do âmbito político.
Desde a minha volta deste primeiro retiro amazônico, eu nunca deixei de trabalhar no campo social: empreendendo, prestando serviço, construindo capacidade, apoiando empreendedores, criando conteúdos e aportando onde e no que mais eu perceber que posso ser útil, para que pessoas e organizações possam colaborar para que não haja nenhuma criança morrendo de diarreia no mundo.”
Fique de olho! Semanalmente vamos contar um pouco mais da história de cada pessoa que faz parte da Rede Tekoha. Acompanhe-nos!