Entrevista realizada com Marden Rodrigues da Silva, um dos fundadores da Barkus Educacional, negócio social que vem crescendo e desenvolvendo soluções para democratizar o acesso à educação financeira para jovens e adultos. O Marden contou na entrevista sobre o desenvolvimento de um dos produtos da Barkus e o planejamento deste desenvolvimento, em várias etapas, como um projeto.
Este é um episódio de uma série de casos gravados a partir dos desafios que gestores de projetos de negócios socioambientais brasileiros vivenciam nas suas instituições. Estes gestores compartilharam seus desafios na Jornada PQPS! discutindo suas Perguntas e Questionamentos sobre Projetos Socioambientais.
Estes casos foram desenvolvidos e gravados pela equipe da Rede Tekoha. Apoiou na produção dos podcasts a Aupa; na seleção dos casos a ponteAponte, e os recursos vieram da chamada Elos de Impacto realizada pelo ICE.
Transcrição do episódio
Apresentação
Rede Tekoha e Instituto de cidadania empresarial apresentam:
PQPS Perguntas e Questionamentos Sobre Projetos Socioambientais. Uma conversa aberta com quem trabalha com projetos no campo de desenvolvimento socioambiental.
Márcio
Bom dia, boa tarde, boa noite.
Seja muito bem-vinda, seja muito bem-vindo para a nossa conversa de hoje na jornada PQPS, Perguntas e Questionamentos sobre Projetos Socioambientais. Eu sou o Márcio Pires, falando pela Rede Tekoha, e esta conversa é parte de uma série de papos com quem atua na gestão de projetos socioambientais no Brasil neste ano tão desafiador que é 2020.
Vamos juntos mais uma vez, mergulhar nas vivências de quem faz acontecer o campo de desenvolvimento socioambiental, e hoje vamos conversar com o Maden Rodrigues da Silva da Barkus educacional. Organização que tem como objetivo democratizar o acesso à educação financeira, para jovens e adultos, expandindo horizontes, ajudando a mudar realidades e diminuindo a desigualdade. A gente vai falar sobre a implementação dos produtos da Barkus nas escolas. Marden tudo bom? Prazer falar contigo.
Marden
Oi Márcio, é um prazer falar contigo e é um prazer estar participando. A gente vai falar um pouco mais sobre esse produto para escola e eu estou super animado para gente colocar este papo para frente porque eu tenho muito a aprender.
Márcio
E a gente tem muito a aprender com você também. Eu queria começar a conversar com você pelo princípio. Conta para a gente um pouquinho sobre como a Barkus chegou nos produtos que ela tem hoje. Vocês têm uma divisão, classificação dos projetos e dos produtos da Barkus? Como é que funciona?
Marden
A Barkus está chegando no seu quinto ano de funcionamento, e os nossos produtos hoje seguem uma espécie de cronologia em relação ao nosso nascimento. A gente começou trabalhando como uma espécie de cursinho que a gente dava para jovens e adultos, que ajudava as pessoas a se organizarem financeiramente e começarem a investir, ainda que não soubessem praticamente nada sobre este mundo das finanças pessoais. Então a gente literalmente pegava na mão e as levavam até onde elas tinham que clicar, por exemplo, para abrir uma conta em uma corretora e fazer as suas primeiras aplicações financeiras, não só organizando sua vida financeira no presente, mas também no futuro. Esse era o Libertas. O Libertas hoje em dia é uma plataforma onde a gente tem mais de 70 aulas e mais 20 horas de conteúdo, onde nossos alunos podem ter acesso a conhecimento relacionados a organização financeira, mas também o bom uso do crédito, o uso inteligente do crédito, forma de renda extra entre outro objetivos que eles podem ter na vida financeira deles. Então esta plataforma hoje ela pode ser acessada pelas pessoas físicas, que como o próprio nome diz é um dos negócios B2C . A gente vê diretamente isso como um curso online para as outras pessoas, e elas podem comprá-lo . De tempo e tempos a gente abre as matriculas e elas acessam, não só o conteúdo, mas também momento de troca ao vivo que a gente tem para tirar dúvidas. Esse é o Libertas, o nosso produto mais antigo. Mas a gente foi se aproximando do mercado de escola nos últimos anos , e mais precisamente desde 2018 a gente começou a desenvolver hoje o que é o Atlas.
O Atlas é uma metodologia voltada para resolver estes problemas das escolas a fim de colocar a educação financeira na sua grade. Atualmente com as mudanças na BNCC, a gente sabe que a educação financeira finalmente conquistou mais prestígio e urgência também na mente dos diretores de escola em nosso ensino básico, afinal é um problema que tem em nossa cidade há muito anos, mas que agora por conta da base nacional curricular, precisa estar presente nas vidas dos nosso estudantes. Então o Atlas, ele serve como uma metodologia que atualmente ajuda os professores principalmente que são a principal porta de entrada dentro das escolas dado a eles uma espécie de ferramenta, também numa plataforma eles conseguem acessar aulas gravadas que servem como pequenos disparadores para discussões, diálogos dentro de sala de aula, seja em um formato presencial ou online e também em conjunto planos de aula com orientações práticas para que eles consigam levar este conteúdo para muito mais além, trazendo metodologia ativas para dentro da sala de aula integrando a disciplina que ela já tem que lecionar, como por exemplo, matemática, geografia, história com a educação financeira. E por último a gente tem a Yara, que é um produto que nasceu agora neste contexto de pandemia.
Com a necessidade de digitalização enorme, é importante pensar formas escaláveis da gente estar nas mãos das pessoas, e por esse motivo a gente escolheu o desenvolvimento de um robozinho que se chama Yara como um bote para levar conhecimento sobre finanças para as pessoas. A Yara funciona basicamente como esse robozinho que envia mensagem de tempo em tempos para as pessoas de forma que elas consigam aprender aos pouquinho a desenvolver hábitos conscientes em relação a sua vida financeira. Em geral a gente vende a Yara para empresas que disponibilizam este programa que costuma durar em torno de três meses para seus funcionários e outros beneficiários como em projetos sociais de capitaniam.
Márcio
Hoje em dia, como é que vocês adaptam os produtos da Barkus às necessidades de implementação das escolas?
Marden
No momento o nosso foco no Atlas é resolver inúmeros problemas ao mesmo tempo, afinal de contas a gente sabe que os professores eles recebem uma pressão extra de colocar a educação financeira integrada a suas disciplinas, uma vez que eles não foram formados para trabalharem com educação financeira. A gente precisa fazer uma formação com estes professores na implementação da educação financeira nas escolas. Isso significa que a gente faz esta formação pensando nesses problemas desses professores, dando confiança a eles de como podem integrar esse assunto com a disciplina que eles lecionam, mas nós também resolvemos problemas relacionados a escolas que precisa ter essa segurança de ter uma empresa que é especialista nisto para desenvolver esta metodologia internamente. A gente deixa disponibilizada esta plataforma para a escola dependendo do números de alunos que ela tem para que ela possa oferecer aos professores todo conteúdo que eles podem utilizar desde o sexto ano do ensino fundamental até o segundo ano do ensino médio. Este professores podem ao longo do seu percurso informativo ao longo do ano letivo, eles podem escolher uma aula ou outra a partir de uma sequência didática previamente pensada e assim eles realizam estas atividades em sala de aula com seus alunos, mas também ficamos o ano inteiro disponíveis para que estes professores possam utilizar a gente, pedindo apoio, tirando dúvidas e obviamente garantindo que a educação financeira está sendo implementada da melhor forma na escola.
Márcio
Como foi esse processo na pandemia? O material que vocês mandaram para a gente, vocês contaram que em 2020, como todo mundo, vocês passaram por muitas mudanças de foco, estratégias com necessidades de adaptações, tudo em função da pandemia. Como é que foi isso? Conte para a gente quais foram os impactos da pandemia na implementação dos produtos de vocês.
Marden
A pandemia mudou totalmente a figura do negócio. O nosso modelo de negócio antes ele era intensamente presencial. A gente realizava as formações presencialmente, a gente levava os nossos professores para dentro das salas de aula nas escolas presencialmente. Automaticamente com a pandemia isso tudo mudou, a gente teve que se adaptar a esse mundo digital velozmente com a necessidade da digitalização das escolas, fora o fato de que muitas destas escolas tiveram que fechar as portas, não somente pela necessidade regulatória, mas também financeira. Algumas escolas simplesmente não conseguiram sobreviver a grandes impactos financeiros que sofreram por conta da pandemia. E para aquelas que sobreviveram , também sofreram uma redução de receita, afinal de contas questões inclusive regulatórias permitiram que as escolas e os pais negociassem reduções de mensalidades. Então isso apertou mais ainda os bolsos das pessoas que são responsáveis pela gestão financeira das escolas as quais a gente precisa depender para realmente vender o nosso produto. Esses foram os desafios principais que eu posso citar dentro deste período.
Márcio
Na conversa de hoje dentro da jornada PQPS! A gente fala com o Marden Rodrigues da Barkus e na jornada a gente sempre tenta fazer o link dos conceitos da gestão de projetos com a prática do cotidiano das organizações dos negócios sociais. E o Caso da Barkus é bacana porque podemos falar sobre o planejamento do projeto, como é que ele é, que é algo vivo que conversa com os riscos, com as oportunidades e com tudo que vai acontecendo no contexto. Marden, você comentou também que as mudanças na base nacional curricular trouxeram uma urgência na implementação da educação financeira e que isso também acabou sendo uma oportunidade de negócio. Quais foram os desafios que vocês encontraram para aproveitar essa oportunidade?
Marden
Esta pergunta é muito importante. Em primeiro lugar um desafio, que já citei aqui, é que quando a gente pensa em um modelo de negócio para escola, a gente tem que pensar na resolução de problemas e dores de diferentes agentes no contexto. Tem a do diretor financeiro, do diretor da escola, da coordenação pedagógica, tem a dor do professor, tem a dor dos alunos, tem muitas dores envolvidas que inclusive nem tinha citado antes e que precisam ser resolvidas, pelo menos ao mesmo tempo para que o produto possa ser bem recebido e se encaixar na realidade daquela escola. Então esse foi um desafio inicial, mas dado o contexto todo que tem se desenvolvido nos últimos três anos que a gente está neste mercado, temos percebido também outras dificuldades.
A gente sabe que no mercado de escolas atualmente no Brasil é largamente utilizado um modelo de negócio de sistema de ensino, que é algo praticamente exclusivo do Brasil que deu certo que funciona basicamente como um empacotamento de toda uma sequência didática em todas as disciplinas dentro da escola, que a escola importa, ela compra de um grupo educacional que desenvolve todo este sistema de ensino e aplica através dos seus professores. Então os professores têm todo o material didático para ser utilizado ao longo das suas aulas e também para nortear os planos de aula que deve executar, por este motivo a gente sabe que conforme a ciência foi se modificando, em primeiro lugar em 2018 dando obrigatoriedade para educação financeira no ensino fundamental e agora nos próximos anos já definindo isso no ensino médio a gente sabe que o sistema de ensino também estão se movimentando para incluir dentro do seu material didático aquilo que deve ser utilizado em educação financeira.
Então isso representa para a gente pelo ponto de vista mais concorrencial da coisa um risco de negócio uma vez que os grupos educacionais em comparação com o tamanho da Barkus, que ainda é uma pequena empresa, representa uma grande dificuldade, até porque, a escola ela utiliza o sistema de ensino também com uma fonte de receita, uma vez que ela utiliza esse material didático também na venda para os pais em uma venda direta, então ela consegue contratar este serviço sem reduzir necessariamente margem de contribuição que ela cobra nas mensalidades que os alunos pagam, a gente está falando de escolas privadas evidentemente, e em nosso caso às vezes a gente compete um pouco pelo bolso, são várias empresas querendo vender para a escola e ela com um orçamento curto. Se este modelo de negócio não se prova como uma fonte de entrada de dinheiro para a escola de uma outra forma isso acaba sendo mais difícil de ser negociado. De forma geral a gente sabe que tem muitos desafios, mas que no mercado editorial no mercado das escolas ele acaba tendo mais peso por “n” motivos . A escola consegue fazer dinheiro através deste produto editorial destes materiais didáticos, e a Barkus ainda está desenvolvendo, nossos serviços é muito mais de formação, de plano de aulas de apoio ao professor, não é exatamente um material didático, ainda pelo menos.
Márcio
Como vocês têm lidado com estes desafios? Você tinha falado alguma coisa também sobre um protótipo para ser lançado agora no primeiro semestre de 2021. Como vocês lidam com estes desafios? Como vocês conciliam todos esses agentes, todas essas partes interessadas e envolvidas para desenhar os produtos que vocês oferecem?
Marden
Para mim a palavra chave é a proximidade, a gente mantém um relacionamento muito estreito com as duas escolas onde atuamos no momento. Este relacionamento permite que a gente ouça de muito perto as pessoas que estão envolvidas. conversamos com o diretor, com o coordenador pedagógico, com o professor, não só os professores mais interessados em educação financeira, mas os professores que não tem tanta experiência ou não estão muito habituados com educação financeira. A gente ouvir muito todas as pessoas envolvidas. Temos também professores nossos dentro de sala de aula levando educação financeira dentro da escola. Temos muito forte o ponto de vista, de pelo menos 350 alunos do ensino fundamental e médio, a gente coleta feedback. Precisamos ter muita paciência porque o desenvolvimento de um produto é algo que demora, que exige muito erro, necessariamente, mas eu diria que a forma principal que a gente lida com isso é criando protótipos sempre baseados naquilo que a gente ouve e que captamos das pessoas envolvidas.
Márcio
Você também de uma visão que vocês têm de longo prazo, de como vocês gostariam que fosse o desenvolvimento dos produtos em 2021/2022. Como vocês fazem o desenho desta visão de longo prazo?
Marden
Anualmente, ma a gente acaba revisitando isso ao longo do ano, a gente desenha OKRs – objetivos e resultados chaves para o ano para a gente alcançar, no entanto quanto startup é importante levar em consideração que as coisas mudam em uma velocidade cada vez maior, e não só quanto startup, mas também quanto uma micro empresa que sempre trabalhou em Bootstrap , a gente não teve investidor, começamos do zero, e com isso eu quero dizer que a gente sempre teve uma dificuldade muito grande em definir um produto, um cliente, canal. Você vê que eu tenho três produtos, que são produtos de mercado diferentes, consumidores diferentes que envolve necessidades e oportunidade de negócios diferentes, então a gente se sentiu muito nessa “pegada” de estar se dividindo pra poder conquistar esses objetivos , o que não seria estrategicamente o mais eficaz.
Mas por conta da necessidade até financeira, da gente se financiar de diversas formas através dos produtos, são os clientes que garante que até hoje o funcionamento pleno da Barkus e o crescimento da Barkus nos últimos anos. Então sempre tivemos um pouco de dificuldades de definir uma metodologia muito pronta, uma visão de longo prazo, por conta justamente deste período de desenvolvimento de produto que é próprio de uma startup, mas também essa dificuldade de definir um foco estratégico, uma vez que a gente tem uma realidade financeira que exige que tenhamos uma diversificação de produtos, formas da gente atuar neste mercado de educação financeira. Basicamente é a nossa visão de longo prazo. É sim ser parceiro das escolas na implementação da educação financeira, no entanto tentamos criar pequenos momentos para rever as coisas a partir das pequenas validações que temos não só a partir do que ouvimos, mas também a partir do sucesso financeiro de cada produto. É como estamos fazendo nos últimos cinco anos.
Márcio
Como falei no começo, a gente aprende muito com casos como o de vocês. Estamos terminando esta conversa Marden, e aqui na jornada PQPS! Sempre fazemos uma reflexão final, a gente faz um desafio para a pessoa entrevistada. Se você pudesse pedir para alguém da nossa audiência te responder, o que você perguntaria sobre o seu próprio trabalho? Qual é aquele desafio que você está vivendo hoje que você gostaria de ouvir alguém te falando alguma coisa a respeito dele?
Marden
É difícil Márcio dizer um desafio do qual eu gostaria de ter ajuda, eu gostaria de ter ajuda, em inúmeros desafios, no entanto se pudesse delimitar agora onde eu gostaria de ter uma luz maior eu acho que eu precisaria ouvir mais, aprender mais sobre modelagem de negócio para produtos digitais, especialmente aqueles que sejam educacionais, é porque eu me sinto ainda muito inexperiente neste sentido, apesar de estar a cinco anos na frente da Barkus dá um frio na barriga, a gente quer se sentir acolhido pelas pessoas que têm mais experiências naquilo que a gente. Bia e eu somos muito novos, é a nossa primeira empresa, eu tenho 25 anos a Bia tem 24 anos; Então também temos consciência do nosso lugar , a gente quer muito e gosta muito de ouvir as pessoas que têm mais experiência que a gente e em conjunto com isso bate muito na questão da equipe, temos oito pessoas trabalhando conosco no momento, mas também bate uma insegurança, por exemplo, será que a minha equipe tem todas as competências necessárias para fazer o que a gente está se propondo a fazer? Ou será que não? Até que ponto desenvolvemos mais uma área ou desenvolvemos outra? Algumas competências até de RH que não desenvolvemos muito bem, deixa um pouco esta lacuna em nossa experiência e faz com que a gente se sinta inseguro.Sabemos que para crescer, uma das coisas principais são pessoas. Pessoas qualificadas vestindo a camisa juntamente conosco. Temos pessoas incríveis em nossa equipe, mas se queremos dar um passo além junto do modelo de negócio precisamos saber se estamos contratando na hora certa ou não, ou se espera mais um pouco.São muitas dúvidas relacionadas a este tema.
Márcio
Maravilha. Incrível o caso Marden. Obrigado por ter trazido a Barkus para a nossa roda para a nossa jornada PQPS! Obrigado por compartilhar com a gente o trabalho de vocês.
Marden
Eu que agradeço Márcio. É incrível poder contar com vocês, como eu disse eu estou aqui com os ouvidos atentos, porque realmente acredito que vocês são incríveis no que fazem, principalmente em relação a gestão de projetos que é o principal foco das PQPS! Eu pretendo sair daqui com bastante aprendizado, estou bastante animado e ansioso e agradeço a oportunidade.
Márcio
A conversa fica por aqui e a jornada PQPS, Perguntas e Questionamentos sobre Projetos Socioambientais continua nos nossos outros podcasts deste ciclo. Logo mais tem mais. Até!
Você ouviu PQPS perguntas e questionamentos sobre projetos socioambientais, uma conversa aberta com quem trabalha com projetos no tempo de desenvolvimento socioambiental parceiros operacionais Aupa e Ponte a Ponte. Apoio financeiro Instituto de cidadania Empresarial. Realização Rede Tekoha acesse mais conteúdos sobre as jornadas PQPS em www.aupa.com.br/pqps
Transcrito por Cristina Cordeiro.